Ser inteligente aumenta suas chances de falir

Disfarçado de gênio
“O quão importante é a inteligência para o sucesso financeiro?”, avalia um estudo do pesquisador Jay L. Zagorsky, da Universidade Estadual de Ohio (EUA). A resposta, acredite, parece ser “não muito”. Analisando dados de uma pesquisa do governo, feita com mais de sete mil voluntários (cada um deles foi entrevistado 21 vezes ao longo da vida, entre 1979 e 2004), Zagorsky chegou a uma conclusão de fazer os nerds chorarem: “ser mais inteligente não confere qualquer vantagem em duas das três dimensões-chave de sucesso financeiro (patrimônio líquido, tendência a crises e renda)”, aponta. A terceira, renda, até pode sofrer certa influência da inteligência em algum ponto da vida (“um ponto a mais de QI pode representar um acréscimo de US$ 346 na renda anual“), mas o efeito, segundo o pesquisador, “é fraco”. “Na melhor das hipóteses, esse aumento no QI leva a um acréscimo de, no máximo, US$ 83 no patrimônio líquido” – mas é mais provável que o efeito seja zero. É, zero.

E quando o papo é fugir da falência, o QI não é nada amigo. Pessoas com 140 de QI (a média geral da população, segundo o estudo, é 100) perdem datas de pagamentos e estouram o cartão de crédito com mais frequência do que os colegas de QI mais baixo. E tendem a falir em uma taxa (14,1%) assustadoramente próxima à das pessoas com pouco mais da metade de seu QI, na casa dos 80 (15,2%). “A pesquisa não traz dados para explicar por que isso ocorre”, diz Zagorsky, mas ele oferece algumas possíveis explicações: os mais inteligentes podem ser mais ocupados e darem menos foco a rotinas simples como pagar contas, ou então podem achar que são espertos o suficiente para correr riscos financeiros (como estourar o cartão e não economizar dinheiro) sem se darem mal. O que, convenhamos, não é nada inteligente.

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