Primeiro espermatozóide funcional é criado a partir do zero
Cientistas da Yokohama City University, no Japão, conseguiram pela primeira vez cultivar, a partir do zero, espermatozóides funcionais de ratos. Se a técnica inovadora puder ser transferida para humanos, ela pode revolucionar o tratamento de homens inférteis.
Takuya Sato, líder da pesquisa, estraiu células germinativas dos testículos de ratos recém-nascidos, que ainda não tinha começado a produção de espermatozóides. Ele colocou as células em um gel com substâncias nutritivas e hormônios como o soro fetal bovino e testosterona. Os ratos recém-nascidos foram modificados para que uma proteína presente apenas no esperma funcional ficasse verde. Em pouco menos de um mês, a equipe de Sato constatou que as células colocadas no gel haviam ficado esverdeadas, comprovando que os espermas haviam se desenvolvido.
Os cientistas, em seguida, fundiram o esperma com óvulos de fêmeas e criaram embriões saudáveis. Quando estes embriões foram implantados em fêmeas, eles produziram uma prole saudável que foram capazes de acasalar e dar à luz seus filhotes próprios, saudáveis. Os pesquisadores confirmaram ainda que os tecidos poderiam ser congelados sem causar qualquer dano. A pesquisa foi publicada na última quarta-feira na revista científica Nature.
"As pessoas estão tentando fazer isso há anos, mas é preciso uma enorme quantidade de tentativas", explica Erwin Goldberg, um biólogo celular da Universidade de Northwestern, em Chicago, que não esteve envolvido no estudo. A chave para o sucesso da equipe de Sato, explica Goldberg, foi a paciência: eles continuaram a mistura de produtos químicos no laboratório, até que encontraram exatamente a receita certa para manter vivas as células dos testículos em laboratório e satisfazer todas as suas necessidades nutricionais.
Agora, se os pesquisadores conseguirem converter células germinais de um homem infértil em espermatozóides, eles podem
ser capazes de identificar exatamente o que vai mal no desenvolvimento do esperma e corrigir o problema, afirma Martin Dym, biólogo de reprodução da Universidade de Georgetown, em Washington, também nos Estados Unidos.Fonte: Galileu