PM é investigado por usar spray de pimenta para defender filho de briga

Tayson Santos Pimenta, de 17 anos, com queimaduras no rosto e pescoço

A Polícia Civil já abriu inquérito para investigar o sargento da Polícia Militar que teria usado spray de pimenta contra estudantes de uma escola em Castelândia, cidade a 222 quilômetros de Goiânia. Segundo a polícia, ele pode ser indiciado por lesão corporal e abuso de poder.

Na terça-feira (5), cinco adolescentes foram parar no hospital depois de serem atingidos por spray de pimenta. De acordo com testemunhas, o gás foi aplicado pelo militar durante um desentendimento entre alunos no pátio da escola.

Tayson Santos Pimenta, de 17 anos, que brigou com o filho do policial, ficou bastante ferido. O rapaz teve queimaduras no rosto e no pescoço. “Você vê seu filho com o pescoço todo queimado, danificado, e saber que uma autoridade pegou seu filho e jogou spray no rosto dele. Eu espero que alguma coisa seja feita. Quero justiça”, cobra a mãe do jovem, Maria José dos Santos.

Uma professora que tentou separar a briga também foi atingida. “Eu corri para separar e, no momento, a gente sentiu alguma coisa inadequada no ar. Deu coceira na garganta e ardência”, relata Mara Oliveira Lacerda.

Investigação

Segundo o delegado Wellington Petrolini Molitor, o policial militar foi a primeira pessoa a procurar a delegacia e registrar a ocorrência contra a agressão. Mas, ao relatar os fatos à polícia, o sargento não mencionou que também se envolveu na briga dos estudantes.

“Ele veio para que nós apurássemos essa agressão. Começamos a apurar, recebemos a ocorrência, demos os relatórios médicos para laudos de lesão corporal e começamos a investigação em cima disso”, conta Petrolini.

O PM está recolhido no batalhão de Santa Helena e vai responder a um processo administrativo. A previsão é de que o inquérito seja concluído em até 30 dias.

O delegado Wellington Petrolini não descartou a possibilidade dos jovens também serem responsabilizados: “Se ficar constatado que realmente houve essa agressão inicial [por parte dos alunos], eles podem responder por ato infracional”.

Segundo a Subsecretaria Regional de Educação, os adolescentes envolvidos na confusão não têm histórico de indisciplina. A diretora vai aguardar as determinações da polícia para tomar providências em relação ao caso.

“Eles podem ser advertidos verbalmente por causa da situação, mas tudo isso orientando. Nós não temos nenhuma intenção e não podemos expulsar o aluno da escola”, diz a diretora de núcleo pedagógico, Marineuza Caldeira de Souza Prado.

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