Vídeo de mulher executada no Afeganistão é colocado na internet

 
Imagem retirada de video mostra homem atirando em mulher afegã (Foto: AFP)

Um vídeo que mostra a execução a bala de uma mulher suspeita de adultério em um povoado próximo a Cabul relançou a polêmica sobre a condição feminina no Afeganistão depois de dez anos de presença internacional.

As imagens são horríveis. Em um pequeno povoado da província de Parwan, dezenas de homens, sentados no chão ou nos telhados das casas, observam a mulher coberta por um véu. A acusada, sentada, ouve a sentença de morte sem mover-se ou tentar escapar.

"Esta mulher, filha de Sar Gul, irmã de Mustafá e esposa de Juma Jan, fugiu com Zemarai. Não a viram no povoado durante mais ou menos um mês", enuncia um homem, aparentemente um juiz, com barba longa e negra. Em seguida cita versículos do Corão que condenam o adultério.

"Mas, por sorte, os mujahedines a pegaram. Não podemos perdoá-la. Juma Jan, seu marido, tem o direito de matá-la , afirma ainda.

Em seguida, é entregue um fuzil Kalashnikov a um homem vestido de branco, que se coloca por trás da acusada.

Dez disparos

Ao grito de "Alá akbar" (Deus é grande), o homem dispara duas vezes na direção da mulher, errando o alvo. A terceira bala atinge a cabeça da vítima, que cai por terra. O que não impede o marido de disparar mais dez vezes contra ela.

Entre os presentes, apenas homens, alguns gravam a cena com seus celulares. Outros pedem ao assassino que pare de disparar.

Segundo a versão oficial, Najiba, de 22 anos, foi detida pelos talibãs por ter mantido "relações" (extra-conjugais) com um comandante talibã do distrito de Shiwari, também em Parwan, e foi condenada à morte.

O ministério do Interior afegão condenou com firmeza o que chamou de "ato anti-islâmico e desumano cometido por assassinos profissionais".

Todos os meses são registrados crimes odiosos contra mulheres no Afeganistão, principalmente nas zonas rurais, onde regem as tradições.

Segundo a organização não-governamental Oxfam, 87% das afegãs afirmam ter sido submetidas a violências físicas, sexuais ou psicológicas, ou a um casamento forçado.
Fonte:Notícias Inusitadas / G1

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