Conheça Graham, o homem que diz estar morto

Graham acordou há nove anos atrás com a certeza de que estava morto.

Ele tinha sido acometido pela Síndrome de Cotard, cujos doentes acreditam estar mortos ou que partes de seu corpo não existiam mais. No caso de Graham, a sensação que ele relatava era de que não tinha mais cérebro. Vítimas de síndrome se descrevem, frequentemente, como zumbis.


A curiosa história de Graham foi contada pela revista New Scientist na última semana e é assustadora. Sabe-se muito pouco sobre a doença, que antigamente acontecia mais frequentemente em casos de depressão ou esquizofrenia. Mas com o avanço e a rapidez dos tratamentos para essas doenças, casos como os de Graham, que de um dia pro outro começou a experimentar a sensação de morte, são os mais intrigantes para os médicos.

Graham não podia ser convencido pelos médicos que se ele andava, falava, respirava e era capaz de pensar estar morto, ele claramente vivia. De acordo com ele, era difícil de explicar a maneira como se sentia. “Eu só sentia como se meu cérebro não existisse mais. Eu dizia aos médicos que as pílulas não iam fazer efeito, porque eu não tinha um cérebro”, ele contou à New Scientist.

Aos poucos, ele parou de se alimentar e deixou de lado os hábitos de higiene pessoal, alegando que nada daquilo fazia sentido, porque ele estava morto. Amigos e parentes se revezaram na tarefa de garantir que ele se alimentasse, mas ele dizia não sentir gosto ou cheiro nenhum. Ele começou a visitar cemitérios, crente de que aquele era seu lugar e, aos poucos, seus dentes ficaram pretos por falta de higiene. Para ele isso só era mais uma comprovação para o que ele dizia.

Os neurologistas responsáveis pelo tratamento de Graham fizeram uma tomografia em seu cérebro, a primeira em um paciente da síndrome, e descobriram que a atividade metabólica de seu cérebro em algumas áreas estava tão baixa que se assemelhava às de pacientes em estados vegetativos. Algumas dessas áreas formam o que os neurologistas chamam de “rede de operação padrão”, que acredita-se estar conectada à nossa idedia de consciência sobre si mesmo.

Graham foi tratado com antidepressivos e eventualmente voltou a ter uma vida normal, embora afirm que não se sinta totalmente curado. “Não me sinto mais com ‘morte cerebral’, mas as coisas ainda parecem meio bizarras de vez em quando”, disse ele a New Scientist.

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