Médica esquece gaze na barriga de paciente durante cesariana
Letícia mostra a gaze que foi retirada Foto: Acervo pessoal
O Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) vai apurar a denúncia feita pela bacharel em Direito Letícia Carvalho, de 30 anos, que teve uma gaze de 40cm esquecida em seu abdômen, durante uma cesariana realizada pela equipe médica da obstetra Maria Betânia de Lima Gil, em 6 de maio, na Maternidade São Francisco, em Niterói.
No dia seguinte à sua alta, em 9 de maio, Letícia precisou retornar ao hospital, porque sentia fortes dores na barriga, febre, vômitos e diarreia.
- Fui internada e fizeram um ultra-som, que não apontou nada anormal. Mas eu tinha um caroço no lado direito do abdômen. Minha cunhada cobrou a presença da médica Ana Paula Linhares, que foi quem acompanhou meu pré-natal, mas, na hora do parto, me passou para as mãos de sua sócia, Maria Bethânia. Ela foi ao hospital e disse que eu tinha distúrbio eletrolítico, um quadro que só havia visto antes em mulheres que não desejavam a gravidez. Ela me perguntou se eu queria ter meu bebê - contou Letícia, que tem nove anos de casada e programou sua gestação.
Após cinco dias internada, Letícia recebeu alta. Um mês depois, na consulta de revisão com Maria Bethânia, ela voltou a relatar que vinha passando mal e sentindo dores. A médica pediu um ultra-som e a encaminhou a um cirurgião.
No último dia 18, as dores pioraram e Letícia procurou uma emergência, onde uma radiografia mostrou um objeto em seu abdômen. No dia seguinte, foi operada para a retirada da gaze.
A Maternidade São Francisco informou que a equipe foi escolhida por Letícia e não integra o quadro de profissionais do hospital. O advogado das médicas, César Romero, afirmou que suas clientes só vão se pronunciar quando intimadas.
O coordenador do Cremerj em Niterói, Alkamir Issa, aguarda a documentação relativa à denúncia e informou que já solicitou aos hospitais os prontuários da paciente.
- Iremos juntar todas fotos, laudos e informações.Tanto a maternidade, quanto a paciente e as médicas serão ouvidas dentro de um processo administrativo - disse o médico.
Fonte: Extra