Estas incríveis criaturas podem “ver” de maneira diferente de qualquer outro animal na Terra
Estas criaturas são uma espécie de baleia dentada. Os machos evoluíram um dente canino extra que pode crescer até 2,7 metros de comprimento, rompendo o lábio superior e se tornando um chifre.
O mistério de por que esses “chifres” existem levou os cientistas a diversas possibilidades. Eles podem sinalizar tamanho do testículo para as fêmeas e ser usados em batalhas. Esse dente também pode ajudar na navegação. Uma equipe liderada por Kristin Laidre, ecologista da Universidade de Washington, decidiu investigar as habilidades de localização dos narvais, colocando gravadores impermeáveis, chamados hidrofones, nos blocos de gelo em Baffin Bay, oeste da Groenlândia.
Ecolocalização – ou “biossonar” – é usada por muitas espécies de mamíferos marinhos, como golfinhos e baleias, para ajudá-los a navegar nas profundezas do oceano sem forçar muito seus olhos. Isto é especialmente importante para o narval (Monoceros monodon), porque ao contrário da maioria das espécies de baleias, ele passa a vida inteira nas águas do Ártico, sob grandes blocos de gelo sem acesso à luz solar.
“Você não vê água aberta por milhas e milhas e, de repente, há uma pequena rachadura: você verá narvais nela“, disse o especialista Laidre Joanna Klein ao The New York Times. “Eu sempre quis saber como estes animais navegam e como é que eles acham essas pequenas aberturas para respirar“, completou.
Os narvais produzem estalidos e usam os ecos das ondas sonoras como forma de entender seu entorno. Estes ruídos, que podem ser produzidos a uma taxa de até 1000 cliques por segundo, não podem ser percebidos pelo ouvido humano. Seus ecos são detectados pelas almofadas nas mandíbulas inferiores dos narvais.
Laidre e sua equipe colocaram os gravadores a uma profundidade de 3 a 18 metros para descobrir quando e onde os animais fariam seus sons e como eles responderam aos ecos. Eles descobriram que, em vez de usar suas habilidades de sonar como um holofote para tomar uma vasta gama de objetos de uma só vez, os cliques foram extremamente direcionados, focando nas coisas como uma lanterna.
Como eles controlam muito bem esta lanterna sonar e a desligam, os narvais são capazes de reconstituir de forma mais detalhada seu ambiente. Para os pesquisadores isso é uma reconstrução de maior resolução de qualquer animal da Terra – com a possível exceção da baleia-branca. Uma vez que este panorama é observado através da ecolocalização, os narvais podem preencher os detalhes, tais como movimentos ou o aroma de um companheiro, usando esse dente.
Em 2014, os pesquisadores descobriram, que esse dente tem renunciado a proteção de esmalte, tornando-o sensíveis. “A água do mar entra na trompa através de canais de cemento, que também estão presentes em dentes humanos“, relata o especialista James Maynard. “O líquido, em seguida, viaja através de uma rede de túbulos para o centro do dente. Ali, a água excita terminações nervosas na polpa do dente e envia sinais para o cérebro do animal“, completa
Laidre e sua equipe desejam descobrir como desvendar mais os segredos do narval para ajudar a conservar a espécie. “Narvais estão vivendo uma vida secreta no Ártico, mas esse estudo revelou um dos grandes segredos dessa região“, disse o ecologista Mads Peter Heide-Jørgensen, do Instituto de Greenland, que não esteve envolvido no estudo.
A pesquisa foi publicada na PLoS ONE.
[ Science Alert ] [ Foto: Divulgação / NIST ] Via Jornal Ciências
O mistério de por que esses “chifres” existem levou os cientistas a diversas possibilidades. Eles podem sinalizar tamanho do testículo para as fêmeas e ser usados em batalhas. Esse dente também pode ajudar na navegação. Uma equipe liderada por Kristin Laidre, ecologista da Universidade de Washington, decidiu investigar as habilidades de localização dos narvais, colocando gravadores impermeáveis, chamados hidrofones, nos blocos de gelo em Baffin Bay, oeste da Groenlândia.
Ecolocalização – ou “biossonar” – é usada por muitas espécies de mamíferos marinhos, como golfinhos e baleias, para ajudá-los a navegar nas profundezas do oceano sem forçar muito seus olhos. Isto é especialmente importante para o narval (Monoceros monodon), porque ao contrário da maioria das espécies de baleias, ele passa a vida inteira nas águas do Ártico, sob grandes blocos de gelo sem acesso à luz solar.
“Você não vê água aberta por milhas e milhas e, de repente, há uma pequena rachadura: você verá narvais nela“, disse o especialista Laidre Joanna Klein ao The New York Times. “Eu sempre quis saber como estes animais navegam e como é que eles acham essas pequenas aberturas para respirar“, completou.
Os narvais produzem estalidos e usam os ecos das ondas sonoras como forma de entender seu entorno. Estes ruídos, que podem ser produzidos a uma taxa de até 1000 cliques por segundo, não podem ser percebidos pelo ouvido humano. Seus ecos são detectados pelas almofadas nas mandíbulas inferiores dos narvais.
Laidre e sua equipe colocaram os gravadores a uma profundidade de 3 a 18 metros para descobrir quando e onde os animais fariam seus sons e como eles responderam aos ecos. Eles descobriram que, em vez de usar suas habilidades de sonar como um holofote para tomar uma vasta gama de objetos de uma só vez, os cliques foram extremamente direcionados, focando nas coisas como uma lanterna.
Como eles controlam muito bem esta lanterna sonar e a desligam, os narvais são capazes de reconstituir de forma mais detalhada seu ambiente. Para os pesquisadores isso é uma reconstrução de maior resolução de qualquer animal da Terra – com a possível exceção da baleia-branca. Uma vez que este panorama é observado através da ecolocalização, os narvais podem preencher os detalhes, tais como movimentos ou o aroma de um companheiro, usando esse dente.
Em 2014, os pesquisadores descobriram, que esse dente tem renunciado a proteção de esmalte, tornando-o sensíveis. “A água do mar entra na trompa através de canais de cemento, que também estão presentes em dentes humanos“, relata o especialista James Maynard. “O líquido, em seguida, viaja através de uma rede de túbulos para o centro do dente. Ali, a água excita terminações nervosas na polpa do dente e envia sinais para o cérebro do animal“, completa
Laidre e sua equipe desejam descobrir como desvendar mais os segredos do narval para ajudar a conservar a espécie. “Narvais estão vivendo uma vida secreta no Ártico, mas esse estudo revelou um dos grandes segredos dessa região“, disse o ecologista Mads Peter Heide-Jørgensen, do Instituto de Greenland, que não esteve envolvido no estudo.
A pesquisa foi publicada na PLoS ONE.
[ Science Alert ] [ Foto: Divulgação / NIST ] Via Jornal Ciências