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As 8 vezes em que o tabaco foi apagado à força na História

Hoje, dia 31 de maio, é o Dia Mundial Sem Tabaco. O dia 31 de maio foi escolhido para o tema porque… Não sei. O primeiro dia escolhido, em 1987, foi 7 de abril, data de criação, em 1948, da Organização Mundial de Saúde, das Nações Unidas, que estabeleceu a efeméride. No ano seguinte, mudaram para 31 de maio, talvez para não dividir atenções. A intenção da OMS foi incentivar os fumantes a tentarem passar o dia inteiro sem consumir qualquer produto derivado do tabaco. E, a partir daí, quem sabe, criar mais um ex-fumante…

Fato é que qualquer iniciativa no sentido de combater o fumo é bem-vinda. A OMS estima que 6 milhões de pessoas morrem a cada ano por doenças relacionadas ao consumo de tabaco. Pior que isso: Mais de 600 mil dessas pessoas não são fumantes, apenas convivem com a fumaça alheia.
Fumar já foi símbolo de status e, principalmente, de charme. Todos os grandes astros do cinema e da música fumavam, alguns apenas para aparecer bem nas câmeras. Era quase uma obrigação. Havia cigarro até nos desenhos animados. Na década de 1980, a população mundial começou a ter mais acesso a informações sobre os malefícios do cigarro, e algumas medidas radicais começaram a ser tomadas para impedir o fumo em lugares fechados e proibir as propagandas, por exemplo.

Uma medida curiosa, porém, foi a de maquiar essa época de ouro do charme de fumar. E começou também nos anos 1980. Afinal, os ícones do passado não podem continuar influenciando mal as novas gerações. Foi tão comum que, nos Estados Unidos, o ato de apagar cigarro em imagens antigas ganhou até um nome: Tobacco bowdlerization (algo como “expurgo do cigarro”, em tradução livre). Abaixo, oito vezes em que o tabaco foi apagado da História.

1 – Os Beatles! Para muitos, a maior banda de rock de todos os tempos. Revolucionaram a indústria fonográfica de diversas formas, mas uma coisa eles faziam igual a todo mundo: fumavam. E o cigarro aparecia até na capa dos discos. O compacto “I want to hold your hand”, por exemplo, estampava na capa o cigarro na mão de Paul McCartney. Estampava. Quando o disco foi relançado pela EMI em 1984, o cigarro – PUF! – sumiu.
2 – Talvez por terem tantos relançamentos, diante da importância que tiveram na música, os Beatles estão entre as principais “vítimas” do tobacco bowdlerization. No caso abaixo, porém, foram longe demais. Em 2006, com o lançamento da coletânea The Capitol Albuns – Vol. 2, a EMI não só tirou o cigarro da mão do baterista Ringo Starr. Tirou-lhe dois dedos também.
3 – Além da EMI, outro que adora expurgar o cigarro do passado é o USPS, os Correios dos Estados Unidos. No selo postal em homenagem à lenda do blues Robert Johnson, lançado em 1994, o cigarro caiu na ilustração, apesar de pender na boca do guitarrista na imagem original.
4 – Outro exemplo é o da homenagem do USPS ao artista plástico Jackson Pollock, em 1999. A boca do pintor continuou entreaberta, mas o cigarro sumiu.
5 – Quem também ficou de boca torta foi Winston Churchill, primeiro-ministro britânico durante a Segunda Guerra Mundial. Em uma das imagens históricas exibidas no museu que leva seu nome, dedicado à participação do Reino Unido na guerra, o charuto que ele ostentava na boca quase sempre foi apagado.
6 – Clement Hurd, ilustrador da famosa história infantil “Boa noite, lua” (1947), de Margaret Wise Brown, também perdeu o cigarro – ficou com os dedos pelo menos. A mudança foi publicada na contracapa da reedição livro, em 2005.
7 – Os franceses, estereotipados como fumantes históricos, estão entre os que mais apagam o fumo de sua história. O personagem clássico Monsieur Hulot, do comediante Jacques Tati, ganhou um catavento de papel no lugar de seu cigarro no cartaz de uma exibição.
8 – E os desenhos antigos… AH! Quanta fumaça… São vários os exemplos de cigarros expurgados nas animações. E o motivo é óbvio: não incentivar as crianças a fumarem. Um dos exemplos mais explícitos é o da animação Melody time, da Disney, relançado em 1998.
Um dos personagens principais, Pecos Bill, aparecia fumando em quase todas as cenas. Todos os cigarros foram apagados. Mas só na versão americana. Na versão inglesa, ele continuou fumante. Abaixo, um vídeo com as duas versões, lado a lado.
Via Surrealista

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