Cidade cubana enterra homem vivo em funeral falso durante festa de rua
Um vilarejo cubano encenou o velório e enterro de um homem vivo esta semana, em um animado festival que se tornou tradição e é realizado anualmente em uma pequena cidade próxima a Havana.
De manhã bem cedo, um trator anda lentamente pelas ruas da cidade puxando um reboque. Nele há um homem dentro de um caixão e um quarteto que toca músicas tropicais.
Paralelamente ao cortejo há dezenas de pessoas bebendo, batendo palmas e se sacudindo com a música, enquanto uma mulher de cabelos brancos, fingindo ser a viúva, chora em alto e bom som por seu “falecido”.
“Ele era um ótimo homem”, diz Carmen Zamora chorando e enxugando as lágrimas com um lenço. “Ele está me deixando totalmente sozinha. Eu não quero que eles o enterrem. Meu Deus, não.”
Conhecida como Sepultamento de Pachencho, a festa, realizada em Santiago de las Vegas, a cerca de 20 km ao sul da capital cubana, aconteceu em todo o 5 de fevereiro dos últimos 30 anos.
Mas o clima na cidade está mais para festa de rua do que para funeral.
“Eu nunca perco esse festival. No trabalho, digo ao meu chefe para tirar o dia de folga”, disse Rebeca Morera, de 50 anos, balançando os quadris com a música. “Essa é uma tradição da cidade onde eu nasci e me criei. Não podemos perder.”
O ponta-pé inicial da festa se dá na quarta-feira com uma lenta procissão no cemitério local. Carregadores do caixão de "Pachencho", que nos outros 364 dias do ano é Divaldo Aguiar, levam o "corpo" para uma sepultura aberta e, usando cordas, colocam-no a seis palmos do chão.
Um homem disfarçado de padre em uma bata azul faz o sinal da cruz sobre a sepultura e murmura um “descansa em paz”. As pessoas tocam trombetas, tambores e jogam flores sobre o túmulo.
Em seguida, os cidadãos despejam rum na boca de Aguiar. Ele abre os olhos e caminha para fora da tumba. “Renascer é a coisa mais bonita dessa vida”, disse ele, que diz encenar o “Pachencho” por vários anos seguidos.
A tradição começou em 5 de fevereiro de 1984, quando o vilarejo teve a ideia de fazer um cortejo fúnebre para marcar o fim da temporada de carnaval. Eles escolheram o nome a partir de uma peça de teatro que havia sido encenada no então teatro da cidade.
“Pachencho” não é a representação de nenhuma pessoa, viva ou morta, explica Alvaro Hernandez, chefe de um centro de recreação e educação localizado onde era o antigo teatro municipal. “Ele é um produto da imaginação popular”, diz Hernandez.
Seguindo o "renascido milagrosamente" Aguiar, a procissão retorna ao centro e a festa continua por todo o dia. “A cidade precisa desse respiro porque a vida aqui é muito dura”, diz Yaumara Solis, 39 anos, dona de casa. “Enterrar um homem vivo não desrespeita a morte – é uma homenagem aos desafios da vida.”
De manhã bem cedo, um trator anda lentamente pelas ruas da cidade puxando um reboque. Nele há um homem dentro de um caixão e um quarteto que toca músicas tropicais.
Paralelamente ao cortejo há dezenas de pessoas bebendo, batendo palmas e se sacudindo com a música, enquanto uma mulher de cabelos brancos, fingindo ser a viúva, chora em alto e bom som por seu “falecido”.
“Ele era um ótimo homem”, diz Carmen Zamora chorando e enxugando as lágrimas com um lenço. “Ele está me deixando totalmente sozinha. Eu não quero que eles o enterrem. Meu Deus, não.”
Conhecida como Sepultamento de Pachencho, a festa, realizada em Santiago de las Vegas, a cerca de 20 km ao sul da capital cubana, aconteceu em todo o 5 de fevereiro dos últimos 30 anos.
Mas o clima na cidade está mais para festa de rua do que para funeral.
“Eu nunca perco esse festival. No trabalho, digo ao meu chefe para tirar o dia de folga”, disse Rebeca Morera, de 50 anos, balançando os quadris com a música. “Essa é uma tradição da cidade onde eu nasci e me criei. Não podemos perder.”
O ponta-pé inicial da festa se dá na quarta-feira com uma lenta procissão no cemitério local. Carregadores do caixão de "Pachencho", que nos outros 364 dias do ano é Divaldo Aguiar, levam o "corpo" para uma sepultura aberta e, usando cordas, colocam-no a seis palmos do chão.
Um homem disfarçado de padre em uma bata azul faz o sinal da cruz sobre a sepultura e murmura um “descansa em paz”. As pessoas tocam trombetas, tambores e jogam flores sobre o túmulo.
Em seguida, os cidadãos despejam rum na boca de Aguiar. Ele abre os olhos e caminha para fora da tumba. “Renascer é a coisa mais bonita dessa vida”, disse ele, que diz encenar o “Pachencho” por vários anos seguidos.
A tradição começou em 5 de fevereiro de 1984, quando o vilarejo teve a ideia de fazer um cortejo fúnebre para marcar o fim da temporada de carnaval. Eles escolheram o nome a partir de uma peça de teatro que havia sido encenada no então teatro da cidade.
“Pachencho” não é a representação de nenhuma pessoa, viva ou morta, explica Alvaro Hernandez, chefe de um centro de recreação e educação localizado onde era o antigo teatro municipal. “Ele é um produto da imaginação popular”, diz Hernandez.
Seguindo o "renascido milagrosamente" Aguiar, a procissão retorna ao centro e a festa continua por todo o dia. “A cidade precisa desse respiro porque a vida aqui é muito dura”, diz Yaumara Solis, 39 anos, dona de casa. “Enterrar um homem vivo não desrespeita a morte – é uma homenagem aos desafios da vida.”
Fonte:Último Segundo