Assim eram as incomparáveis mulheres de um Xeique Iraniano
Uma das muitas paixões do xeique era a fotografia. O interesse surgiu ainda na infância, e, quando ele chegou ao poder, decidiu criar em seu palácio o primeiro estúdio fotográfico oficial.
Nasser al-Din Shah e seu fotógrafo, o russo Sevryugin, antes de um clique
Entre 1870 e 1880, em Teerã, o fotógrafo russo Anton Servryugin abriu as portas de seu estúdio e acabou se transformando no fotógrafo real do soberano iraniano. Servryugin deu o pontapé inicial na indústria fotográfica do Irã, e isso fez com que o xeique concedesse a ele um título de honra.
O corpo robusto era um critério muito importante de beleza naquela época e lugar.
Sabe-se que o xeique revelava pessoalmente as fotografias em seu laboratório, e depois guardava as imagens em álbuns de papel acetinado no palácio da região iraniana de Golestan, onde hoje em dia está situado um museu.
O interessante das fotos dessas mulheres é que, pelas leis xiitas, não era permitido fotografar o rosto das pessoas, sobretudo de mulheres. Só a pessoa mais poderosa do país podia dar-se a esse luxo.
As fotos das mulheres mostram uma vida confortável e harmoniosa no harém. Todas vestem roupas modernas para a época e parecem seguras de si mesmas. Elas encaram a câmera despreocupadamente, e não parecem tímidas nem intimidadas.
É possível até imaginar que algumas mulheres do harém eram amigas, pelo que pode se ver nas fotos do grupo em um dia de piquenique.
Harém do xeique em um dia no campo.
As mulheres do harém do xeique não passavam fome
De acordo com as fotos, podemos deduzir as preferências do xeique: nenhuma das mulheres era magra, a maioria exibia sobrancelhas grossas e buço. Fica claro que essas mulheres não passavam fome e nem deviam fazer trabalhos físicos. Pesquisadores dizem que a coleção conta até com imagens, digamos, ousadas, mas essas estão bem escondidas.
Sabe-se que, em 1873, o xeique Nasser foi convidado pelo Czar Alexandre II, da Rússia, para assistir a uma apresentação do balé de São Petersburgo. Diz a lenda que ele ficou tão impressionado com as bailarinas russas que, na volta para casa, levou sapatilhas de balé para suas mulheres. O certo é que as mulheres só tinham permissão para retirar o shador (véu muçulmano) quando diante das câmeras. Enfim, nada pode assegurar que a história sobre as sapatilhas de balé não passa de mais uma lenda.